A MÃO DO PAI

A mão do Pai está em todas as coisas que encontramos em nosso caminho. Em todas as nossas provações, de qualquer tipo, podemos ver Sua mão, quer as tribulações venham da iniqüidade e maldade dos homens ou das circunstâncias. Vendo nossas vidas sob essa luz, nunca seremos tentados a guardar rancor contra nossos semelhantes, mas descansaremos tranquilamente nos braços de nosso Pai, no espírito que encheu Davi quando ele disse: “Ora, deixai-o amaldiçoar, pois, se o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi, quem, pois, diria: Por que assim fizeste?” (2 Samuel 16: 10).

SUA VARA

"Deus nos trata como filhos". Ele cuida de nós com afeição paterna. Ele sabe quando nos corrigir e quando nos castigar. Todas as coisas devem cooperar para que Seu fim seja alcançado em nós.

Os pais terrenos muitas vezes ignoram as falhas de seus filhos. Por causa das lágrimas, eles os poupam da vara e deixam com isto - por fraqueza ou parcialidade - maus hábitos ou tendências perigosas tornam-se fortes nas crianças.

Mas não é assim com Deus. Ele nos ama demais para poupar a vara quando ela pode trazer bênçãos a Seus filhos.

Portanto, em provações ou dificuldades, devemos nos perguntar: o que meu Pai está me dizendo? Então as circunstâncias mais dolorosas trarão apenas bênçãos.

O ESPINHO NA CARNE

Paulo certa vez foi arrebatado ao terceiro céu, ao paraíso. Lá foram dadas revelações a ele. Ao ouvir palavras indizíveis que o encheram de profunda alegria, entendemos que essa experiência única deixou nele uma impressão indelével e duradoura.

Deus achou necessário colocar um espinho na carne de Seu servo fiel por causa da excelências dessas revelações. Ele, que foi arrebatado onde provavelmente nenhum de nós jamais esteve, precisava de um anjo de Satanás. Depois dessa visão sublime, este último deveria esbofeteá-lo para que ele não se tornasse arrogante e, assim, ser uma ajuda para ele.

Isso em si é uma clara refutação da noção daqueles que sonham que o cristão pode atingir um estado duradouro de perfeição prática.

Mas observemos cuidadosamente que não diz que Paulo tenha sido arrogante. Aquele anjo não deveria feri-lo por um pecado cometido por ele mesmo, mas por uma inclinação que poderia vir da carne, mas ainda não veio a aflorar. Ela precisava ser mantida sob controle, e provavelmente era.

Assim, aquela visão gloriosa foi seguida pelo doloroso espinho na carne. Consistia, ao que parece, na imposição de fraqueza ou deformidade física. Isso tendia a menosprezá-lo aos olhos dos homens e menosprezá-lo como ministro de Cristo. O espinho na carne anulou o que poderia ter sido fortalecido por aquela experiência no terceiro céu.

Paulo se volta para o Senhor, Cristo, o Mestre sobre Seus servos, para perguntar a Ele sobre isto. Três vezes ele implora para que o anjo de Satanás se afaste dele.

Paulo recebe uma resposta mais detalhada do que esperava. O espinho na carne não é tirado dele, mas em troca ele recebe a garantia da graça divina totalmente suficiente. O próprio fato de que a fraqueza humana está presente nele faz com que o poder de Cristo habite sobre ele. Quanto mais visível a fraqueza se torna, mais claramente essa força vem à tona. Isso é bom para o vaso de barro que contém o tesouro divino. A luz do próprio céu pode então brilhar ainda melhor.

Paulo tem que enfrentar esse fato. Ele não sofre nenhuma perda. Pelo contrário! Não é um ganho quando um homem aprende a se vangloriar daquelas fraquezas que ele desejava remover no início, e vê que assim um grande poder pode habitar sobre ele? Quem trocaria o poder de Cristo por uma aparente eloquência humana ou algo assim? Deixe-nos pensar naquele poder do próprio Cristo, que pode ser revelado nas palavras mais simples que os lábios humanos podem proferir! Pode florescer livremente em um cristão que pode ser totalmente desprezível aos olhos dos homens, mas que se apóia ainda mais no Senhor!

Escusado será dizer que as fraquezas das quais Paulo quer se gabar não têm nada a ver com imperfeições morais das quais ele deveria se envergonhar. Não, ele se deleita nas “fraquezas, nas zombarias, nas necessidades, nas perseguições, nos temores de Cristo”, isto é, nas coisas que o marcaram como um vaso de barro. Eles escrevem a sentença de morte sobre o homem Paulo para que a natureza divina da vida de Jesus possa ser revelada nele.

Esta lição é difícil de aprender. Mas a própria dificuldade de aprender é a prova de que a lição é necessária. E por que é difícil para nós aprender? Não é por causa da tendência ao orgulho de coração, que não era estranho até mesmo ao grande apóstolo? Quão gratos devemos ser por um castigo que, embora nos humilhe, tende a exaltar e glorificar a Deus através de nós!

Que graça poder ser um vaso escolhido no qual o poder divino pode se revelar. Não apenas Paulo era um vaso assim, mas certamente também todo “homem em Cristo”, ou seja, todo aquele que está diante de Deus no valor e poder de Cristo. É apenas nossa própria inércia que nos impede de receber as bênçãos de Deus que o "homem em Cristo" recebe em proporção a esse caráter. 

F.W.G.

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