Enoque

Enoque (Gn 5: 18 – 24; Hb 11: 1 – 6; Jd 14, 15)


Nós cantamos sobre nosso desejo pela vinda do Senhor, e também que toda a criação geme e está em dores de parto. Então pensei nestes três trechos onde fala de Enoque.
Em Genesis 5 lemos quem era o pai de Enoque, quando ele nasceu e quem foi o seu primeiro filho. E depois: “E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos ...” (v. 22). Dois versos depois lemos: “Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou.”
É bastante notável que este primeiro filho de Enoque, Matusalém, morreu no ano do dilúvio. Eu não digo que morreu no dilúvio, pois não lemos isto. Mas no verso 27 lemos que chegou à idade de 969 anos, e dos versos25 e 28 e do capítulo 7: 6 podemos calcular que alcançou esta idade no ano do dilúvio. O pai de Enoque, Jerede, chegou a 962 anos e o filho de Enoque a 969. Enoque mesmo tinha só 365 anos, quando Deus o tomou. Isto não foi um morrer, pois segundo Hebreus 11: 5, Enoque foi trasladado “para não ver a morte”. Por isto ele é, como também Elias, a grande exceção de Romanos 5: 12: “assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram”. Enoque toma um lugar especial na história da humanidade.
Romanos 5: 12 nos ensina que a morte é a conseqüência de nosso pecado. Se Adão não tivesse pecado não teria morrido. E se alguém, hoje, fosse capaz de não pecar, ele não morreria, pois o salário do pecado é a morte (Rm 6: 23). Os homens falam da morte como o fim natural do homem na terra. Os assim chamados pentecostais dizem por isto que o Senhor teria levado à cruz sobre si nossos pecados e todo juízo sobre o pecado, e que doença é resultado de pecado, por isto nenhum crente precisa mais ficar doente. Seria simplesmente falta de fé, e por isto, pecado se estiver doente. O morrer eles chamam de morte natural, e portanto para eles, não é o resultado do pecado quando alguém morre. Mas todos os pentecostais vão morrer, enquanto o Senhor ainda não vier para buscar para si os crentes. Mas Deus não criou o homem para que morresse, mas para que viva. A morte é a conseqüência do pecado, e falar de morte natural revela falta de conhecimento e que não se quer pensar nos próprios pecados. Se o Senhor nos tivesse libertado das conseqüências do pecado, nenhum crente ficaria doente e também nenhum crente morreria. Mas Romanos 8: 23 ... nos diz que nosso corpo ainda não tem parte na redenção. Isto só acontecerá quando o Senhor Jesus Cristo vier do céu como Salvador e transformar “o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória” (Fp 3: 21). Então todos os crentes que estiverem neste momento na terra serão arrebatados para a casa do Pai, sem morrer, onde nunca houve nem haverá morte ou doença.
Enoque, como dito, toma um lugar especial na palavra de Deus. E segundo 1 Coríntios 10: 1 – 13, e outras partes que nos revelam acontecimentos no velho testamento como sendo figuras espirituais, então também deve ser assim aqui. Então o arrebatamento de Enoque deve ser figura do arrebatamento dos crentes, como vemos em 1 Coríntios 15: 51 – 55; 1 Tessalonicenses 4: 15 – 17 e Filipenses 3: 21. O arrebatamento é a única forma pela qual crentes irão ao céu sem morrer. Veja também João 14: 2, 3. É de se notar que o juízo veio só depois do arrebatamento de Enoque sobre os incrédulos. Ele sabia que o juízo viria. Ele profetizou a respeito segundo Judas 14, 15. E 2 Pedro 3: 5 – 7 nos ensina que o dilúvio é figura do grande juízo que em breve virá sobre a terra. Pelo nome que ele deu ao seu primeiro filho podemos concluir que ele sabia seguramente que o juízo viria em breve. Matusalém significa ‘homem da espada’ ou também ‘na sua morte virá [o juízo]’. Matusalém morreu no ano do dilúvio.
A partir do momento em que Enoque deu este nome a seu filho, ele andou com Deus. Duas vezes é dito isto (5: 22, 24). Não se pode andar com Deus, andar com o Senhor Jesus que foi rejeitado por este mundo, sem enxergar o verdadeiro caráter do mundo, quando não se entende como Deus pensa sobre o mundo, e portanto que o juízo terá de vir rapidamente. Um andar com Deus inclui completa separação do mundo que rejeitou a Deus, e pregou o Senhor Jesus, o criador do céu e da terra, na cruz. Quem enxerga o verdadeiro caráter do mundo sabe que o juízo precisa vir. Deus nos informou detalhadamente sobre o juízo em sua palavra. O Senhor Jesus virá para destruir os seus inimigos, e levar a terra, sim, o mundo inteiro, de volta a Deus. A base para isto ele colocou na cruz (Jo 1: 29; Cl 1: 19 – 21). Mas Ele realizará isto na prática só quando vier para a terra, para levantar seu reino em poder e purificar a terra. Antes de ele fazer isto, juízos preparatórios atingirão a terra, como descritos em Apocalipse 6 – 8. Então a terra e principalmente a assim chamada Europa Ocidental cristã e a terra de Israel experimentarão Sua ira, e o justo juízo, por terem rejeitado Ele como Deus, o Criador, e o por Deus ungido rei de Israel (Sl 2), o Filho do Homem a quem Deus sujeitou tudo (Sl 8; Hb 2: 5 – 9). Mas o remanescente crente de Israel e todos, que aceitarem a pregação do evangelho do reino, ele conduzirá através dos juízos ao reino, para a terra purificada. Assim Noé com sua família foi levado através do dilúvio na arca para a nova e purificada terra.
Porque Deus registrou a história de Enoque em sua palavra? 2 Pedro 3 entre outros não nos dá a resposta? Deus deseja que conheçamos seus pensamentos sobre o mundo e o futuro. Perguntemo-nos se nos encontramos no estado em que o Senhor nos deseja ver, ou seja, na expectativa de sua vinda, quando Ele como Salvador nos levantar deste mundo. O nome do pai de Enoque era Jerede, e este nome significa ‘descida’ ou ‘declínio’. Isto nos mostra como eram as condições na terra, até na família de Sete, de forma que Maalalel, pai de Jerede deu este nome a seu filho (5: 15).
Em Genesis 4 e 5 vemos as duas famílias em que se dividiu a humanidade antigamente: a família de Caim que matou seu irmão – figura de primeiro Adão –, e a família de Sete – figura do Senhor Jesus como ressuscitado dos mortos (Gn 4: 25). Veja Romanos 5: 12 – 19; 1 Coríntios 15: 45 – 49. A família de Caim encontramos principalmente no capítulo 4 e seu estado final no capítulo 6. Seu estado é segundo o estado de Caim, seu cabeça. Ele era um assassino daquele que servia a Deus e se encontrava no favor de Deus, e como tal Caim estava sob a maldição de Deus. No capítulo 4: 10 – 12 Deus diz para ele: “Que fizeste? Ouça! A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão! Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra.” Mas quando lemos a partir do verso 17, vemos que Caim faz de tudo que está em sua força para desfazer as conseqüências da maldição de Deus. Onde Deus diz que deveria ser fugitivo e errante, ele construiu uma cidade e lhe deu o nome de seu filho Anoque (= consagração, oferenda). Nos versos seguintes pode-se ler como na família de Caim é construída uma sociedade, que é característico para todo o sistema do mundo atual, ao buscar tornar a sua vida o mais confortável possível, tentando desfazer ao máximo as conseqüências do juízo de Deus. No verso 19 Lameque (o sétimo depois de Adão) toma duas mulheres. Assim a finalidade da criação de Deus é pervertida (Ef 5: 31, 32), ou seja, ser figura desta maravilhosa unidade de Cristo e sua igreja. No verso 20 seu filho começa a pecuária, e começa a habitar em tendas. Um outro filho, Jubal, constrói harpas e flautas e toca estes instrumentos. A música e a arte são ferramentas que Satanás usa para fazer os homens esquecerem as conseqüências do pecado, e serem felizes sem Deus, mas para se “regozijar com os” seus “amigos” (Lc 15: 29). No verso 22 temos o início da indústria, “fabricante de todo instrumento cortante de cobre e ferro”.
Não é grande o perigo de não reconhecermos mais claramente o verdadeiro caráter deste mundo? Que imoralidade, alcoolismo, quermesses e bailes são “mundanos”, a maioria dos crentes ainda admite. Mas temos consciência que a assim chamada arte faz parte disto? E da mesma forma a indústria e o comércio? O conceito de decência dos descrentes não penetrou assustadoramente entre verdadeiros crentes, sem falar dos crentes de nome? Aqui em Genesis 4 Deus mostra como todo o sistema é montado, do qual 2 Coríntios 4: 4 diz que Satanás é seu deus, e do qual o Senhor Jesus diz que Satanás é seu príncipe (Jo 12: 31; 14: 30; 16: 11). O Senhor Jesus nos tirou deste mundo (Gl 1: 4), portanto de todo o sistema de convívio sobre a terra que Satanás edificou, para desfazer as conseqüências da maldição de Deus, impedindo aos homens de se converterem: Da vida de comércio, da indústria, da ciência, da arte – este último até é citado antes da indústria.
Neste meio viveu Enoque. Ele não pertencia à família de Caim. Ele era descendente de Sete (= substituto, em lugar de). Eva o chamou assim e diz o motivo: “Deus me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.” (Gn4: 25). Sete é figura do Senhor Jesus morto na cruz, mas ressuscitado, segundo isto como segundo homem, o último Adão, cabeça de outra família dos homens (Rm 5: 14 – 21; 1 Co 15: 45 – 49). Sete chamou seu filho de Enos (= fraco, inválido). Ele é o oposto de Lameque, o homem forte, o sétimo depois de Adão na linha de Caim.
“Enos” é a confissão de todo aquele que pertence à família do último Adão, quando se conheceu na luz de Deus. Por isto Deus acrescenta em seguida: “então se começou a invocar o nome do Senhor” (4: 26). Não é isto o que vemos em Filipenses 3: 3: “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne”? Toda autoconfiança, também em crentes, é confiar na carne.
O filho de Enos é Cainã (= Posse, ou também soldador, alguém que une algo). Isto não nos lembra do início da igreja em relação com o grande apóstolo Paulo? Antes de sua conversão seu nome era Saulo (= cobiçado, solicitado). Mas quando o Senhor o usou como seu servo, que nos revelou no poder do Espírito Santo todas as preciosidades que o Pai e o Filho tinham preparado para nós, e ao mesmo tempo nos comunicou em seqüência divina, de forma que também compreendemos o contexto, então ele recebeu o nome Paulo (= o pequeno, simples). Como fica reduzido o utensílio em comparação com o infinito da revelação daquilo que é revelado! Então Cainã dá o nome de Maalalel (= Louvor a Deus) para o seu filho – nós que “nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne”.
Mas Maalalel chamou seu filho de Jerede (= queda, decadência). Não vemos esta decadência em todo lugar na escritura, quando Deus concedeu uma nova benção? Como é terrível a decadência da igreja logo no início, se compararmos uma vez o estado em Éfeso na carta aos efésios com a segunda carta a Timóteo. E foram poucos anos entre uma e outra! Não vemos isto também em nosso tempo, em todo o mundo, e nitidamente em nosso país? Também em nosso meio, nós que confessamos nos reunir ao nome do Senhor Jesus?
Eu sou mais velho que a maioria presente aqui. Eu me recordo como era o estado no meio dos chamados “irmãos” há 50 ou 60 anos, e como era em geral nos países cristãos. Assim vejo com mais precisão o fundo da decadência em nosso meio, em nós mesmos, em nossas famílias. Se contemplarmos todo o mundo cristão, como é grande então esta decadência!
E não vemos também em nosso meio coisas que eram desconhecidas há 30 anos? Felizmente a misericórdia de Deus não permitiu que se encontrasse crítica da bíblia em nosso meio. Como doutrina é mantida a total autoridade da bíblia, a totalmente inspirada palavra de Deus. Mas como está nossa vida prática? A palavra de Deus tem total autoridade, diante da qual nos curvamos humilhados, tentando colocá-la em prática? Como está a separação do mundo, que a palavra de Deus ensina tão claramente? Como está a conformidade do mundo, da qual a palavra de Deus nos adverte tão nitidamente? Não temos que nos humilhar profundamente diante de nosso Deus e diante de nosso Salvador, por nos termos tornado tão semelhantes ao mundo, um mundo que ainda hoje só tem uma cruz e uma sepultura para o nosso louvado Salvador? Não temos de nos envergonhar diante de outros grupos de crentes, que proporcionalmente à luz que eles têm, são mais fiéis que nós? Que temos em nossas casas?! Como está o nosso traje, nosso cabelo, etc.? Totalmente diferente de 50 anos atrás, sim, há 30 anos! Nós cantamos mais de uma vez: Este mundo é um deserto. Compreendemos bem o que este mundo é? É realmente um deserto, onde não temos que procurar nada, onde nada pode ser encontrado?
Maalalel chamou seu filho Jerede (= queda, decadência) como expressão daquilo que via no testemunho de Deus na terra. Quando Jerede recebe um filho, ele o chama de Enoque (= instruído, informado). Nisto vemos a continuidade da decadência, pois é o indicativo para um fiel remanescente, e isto ao mesmo tempo é a prova de que a grande maioria caiu em grande ruína. A idade dos pais no nascimento de seus filhos foi decrescendo de 105 anos de Sete até 65 anos de Maalalel. Nós vemos que este era o tempo do crescimento espiritual da família de Deus. Quanto tempo leva geralmente para chegar de Sete a Enos, para aprender o ensino de Romanos 7: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”! Mas se passarmos de Romanos 7 para 8, conhecendo a libertação, então pode começar o crescimento do cristão. Só então estamos em condições de receber em nossos corações as riquezas que Deus nos deu baseado na obra do Senhor Jesus na cruz (2 Co 8: 9; Ef 1: 3 – 7). Estas riquezas são tão grandes que ultrapassam tudo, de forma que nos ocupamos com elas toda a nossa vida. Mas de Enos para Cainã (posse) não são mais 105 anos mas só 90. E de Cainã até Maalalel (Louvor a Deus) são só 70 anos.
Mas então vemos o que até o renascido homem é. De Maalalel até Jerede (= queda, decadência) só leva 65 anos. Éfeso na escritura é o protótipo de toda a igreja de Deus. Que pouco tempo a igreja permaneceu no estado que encontramos descrito na carta aos efésios. Nós vemos a decadência em 2 Timóteo 1: 15 – 18; 4: 16; Apocalipse 2: 1 – 7. O homem continuou destruindo o que Deus lhe confiou! Mas como se revela também aqui a paciência de Deus. Do nascimento de Jerede até o nascimento de Enoque se passaram 162 anos – do visível início da ruína até a clara separação de um remanescente da graça. Enoque (= instruído, informado, provado)! Mas aqui vemos novamente com é difícil para um coração dedicado, para um crente, que tem os olhos abertos para o estado prático do povo de Deus, para se separar daqueles com os quais esteve unido até aqui, para andar o caminho só com Deus. Enoque tinha a idade de 65 anos quando seu filho nasceu. E pelo nome que deu ao seu filho (Matusalém = ‘homem da espada’ ou também ‘na sua morte virá’) vemos o que ele aprendeu neste tempo. Deus nos comunicou em sua palavra o que era: “Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele” (Jd 14, 15). Depois que Deus abriu os olhos de Enoque, de modo que viu o juízo que o povo desviado de Deus precisava sofrer, só então ele se separou de tudo, para só andar com Deus. Sabemos que Matusalém morreu no ano do dilúvio.
A palavra de Deus não é incompreensível, de que o Senhor virá em breve para julgar tudo que está em oposição à sua vontade. Em primeiro lugar o que leva o seu nome: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? E, se o justo apenas se salva com dificuldade, onde aparecerá o ímpio e o pecador?” (1 Pe 4: 17, 18; compare Ez 9: 6; Am 3: 2; Sl 93: 5; Lv 10: 1 – 3; Ap 2 e 3).
“E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos”, e depois: “E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou” (V. 24). Andar com Deus não é a mesma coisa que Deus andar conosco, mesmo se nos afastarmos dEle. Ele nos procurará para nos buscar de volta. Mas a questão é: andamos nós com Deus? Eu li em Hebreus 11:  “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho”, e depois: “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte; e não foi achado, porque Deus o trasladara; pois antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus” (v.5). Também no verso 4 é dito que Deus deu testemunho, mas ali é diferente daqui: “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho das suas oferendas”. Deus dá testemunho das oferendas, que eu lhe trago, que nós, juntos lhe trouxemos hoje de manhã, ou quando trouxemos Cristo como nosso substituto a Deus, quando viemos com nossa culpa e pecado a Ele. Mas isto não é o mesmo que é dito de Enoque.
Com certeza, quando um pecador vier a Deus na confiança da obra do Senhor Jesus, ele será aceito. É impossível que Deus rejeitasse Aquele que realizou a maravilhosa obra na cruz! Deus dá testemunho do valor desta obra. Deus também deu testemunho de que Abel era justo ao vir com esta oferta a Ele. Uma olhada para a cruz com fé, traz vida e felicidade eterna.
Mas aqui é dito outra coisa de Enoque. Deus deu testemunho sobre ele mesmo, de que ele agradara a Deus. Não só agradou o que trazia como sacrifício, mas ele pessoalmente agradou a Deus. Hebreus 11: 5 cita o motivo para isto: “E andou Enoque com Deus” (Gn 5: 22, 24). Eu repito, ali não diz que Deus andou com Enoque, mas que Enoque andou com Deus. E isto não um dia, mas trezentos anos! – mas a partir do dia em que enxergou o que era o caráter do mundo, como revela o nome Matusalém que deu a seu filho. Com certeza ele via o mundo desde o seu nascimento. Mas quando nasceu o seu filho, ele enxergou o verdadeiro caráter do mundo, assim como o onipresente e onisciente Deus o considerava. Ele profetizou: “Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele” (Jd 14, 15).
Não nos esqueçamos, que quando Enoque profetizou isto, e que Judas inspirado pelo Espírito Santo registrou esta profecia em sua carta, eles não falavam do mundo incrédulo, mas sobre aqueles que se intitulavam crentes e cristãos. Sobre aqueles que se confessavam ser cristãos, e também se encontravam entre os verdadeiros crentes. Encontramos isto assim em Judas 12: “Estes são manchas em vossas festas de amor ...”. Por isto também está escrito aqui: “Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios”. Portanto os ímpios dentre os que se confessam ser crentes. Enoque viu que o juízo não viria só sobre a família de Caim, mas também sobre a família de Sete. Sabemos que quando veio o juízo só foram salvos Noé e sua família e ninguém mais. Toda a família de Sete morreu no dilúvio, com exceção deste um homem que achou graça.
“Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor” (Gn 6: 8). Portanto ele procurou. Você não acha nada, se você não olha e procura. Ele achou esta graça, quando olhou para cima para Ele, o juiz, que viu “que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”, e que se arrependeu de haver feito o homem na terra, e que lhe pesou no coração (Gn 6: 5, 6). Noé ouviu como Deus disse: “Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra ...”. Noé ouviu estas palavras porque prestou atenção à voz de Deus. Assim conheceu o que o mundo, o convívio dos homens era na realidade. Assim o mundo se tornou um deserto para ele, onde não podia encontrar nada. Sim para a fé o mundo é um deserto, mas não para a carne. Para os ímpios e para nossa carne o mundo é o que Ló pensava sobre ele. Ele comparou as planícies de Sodoma e Gomorra com o jardim do Senhor, o jardim do Éden (Gn 13: 10). Ele pensava: assim deve ter sido o paraíso! Satanás sempre tem algo atraente para o ímpio e também para a carne de todo crente neste mundo, neste sistema de convívio humano edificado por ele. Naturalmente o mundo não dá real alimento para a mais profunda necessidade, para o mais profundo desejo do coração do homem. Mas anestesia o homem e enche seu coração com inutilidades para não sentir necessidade de bom alimento. Mas como Enoque andava com Deus, sendo acostumado a falar com Ele e ouvindo o que Ele dizia, então Enoque enxergou o verdadeiro caráter do mundo e até onde o povo de Deus estava contaminado com os princípios e práticas do mundo.
Podemos imaginar que Deus anda um caminho junto com o mundo, que o rejeitou e escolheu Satanás como seu deus e príncipe? Que Ele pode ter comunhão (sociedade) com o mundo? Impossível! Deus é luz e não há nele trevas algumas (1 Jo 1: 5). Efésios 5: 8 nos diz que antes de nosso novo nascimento éramos trevas, mas agora somos luz no Senhor. Quando lemos em João 1: 5, 9, que o Senhor resplandeceu como luz nas trevas, e que as trevas não o conheceram, e que Ele veio ao mundo iluminando todo homem, não é isto prova de que o mundo e todo ímpio são trevas? Em João 8: 12 o Senhor diz: “Eu sou a luz do mundo”, e em João 9: 5: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”. Quando Judas saiu para o entregar aos judeus, para que fosse crucificado então diz ali: “e era noite” (Jo 13: 30).
 Pode Deus, que é luz e em quem não há trevas algumas, andar com as trevas? Impossível! Para Ele o mundo é um deserto, onde não encontra nada com que poderia ter ligação. Para Ele todo o sistema do mundo, com tudo que faz parte dele, como ciência, indústria, arte, religião, etc. é a parte daqueles que rejeitaram Seu Filho, tendo apenas uma cruz e um túmulo para Ele. Poderia, Deus, ter comunhão com este mundo? Impossível! Quando Enoque andou com Deus, ele enxergou as coisas na luz da presença de Deus. Assim ele recebeu cada vez mais luz sobre o verdadeiro caráter do mundo e que obrigatoriamente seria o seu fim – o juízo destruidor de Deus.
Enoque ainda viveu 308 anos com Adão. Sete, Enos, Cainã, Maalalel e Jerede viveram além de Enoque. Assim ele conhecia o início, a ascensão e o início da decadência na família de Sete. Ele também viu a continuidade da decadência no restante de sua vida. Lameque o pai de Noé, tinha 113 anos quando Enoque foi arrebatado para o céu. Enoque viu a decadência que seu avô expressou no nome Jerede que ele deu ao seu filho, o pai de Enoque. Assim ele deu ao seu próprio filho o nome de Matusalém (=  homem da espada). Ele tinha aprendido que também nossos Deus é um fogo consumidor (Hb 12: 29) e que o juízo começa na casa de Deus (1 Pe 4: 17; Ez 9: 6; Am 3: 2). Assim ele compreendeu que também a família de Sete seria julgada da mesma forma que a família de Caim. Deste momento em diante ele andou com Deus. Ele tinha aprendido e continuava aprendendo cada vez mais que Deus não é só amor e graça, mas que também é luz e que precisa julgar todas trevas, antes de tudo entre os que se aproximam dEle.
Que verdade séria para nós! Um irmão na Alemanha me disse uma vez, que nos anos trinta, em muitas assembléias só se falava da graça e que a responsabilidade foi esquecida. Por isto o Senhor precisou vir com juízo, e Ele o fez por meio de Hitler. Isto não é também um perigo para nós? Não temos cada vez mais a impressão de que preferimos falar da graça e da glória, que nossos pecados foram perdoados através da obra do Senhor Jesus na cruz? Que falamos de quanta luz o Senhor nos deu, sobre seus pensamentos em sua palavra? Que falamos do maravilhoso lugar, onde nos reunimos tendo o Senhor em nosso meio, sendo seus hospedes? Sobre a glória que nos espera, quando o Senhor Jesus vier nos buscar desta terra para a casa do Pai ( Jo 14)? Mas em grande parte não é simplesmente mais conhecimento de cabeça enquanto nosso coração tem pouca participação? Onde está a realização destas coisas maravilhosas em nosso coração e em nossa vida? Até que ponto é verdade que este mundo é um deserto em nossos corações e em nossa vida prática? Até onde é realidade para nós que o Senhor Jesus se entregou por nossos pecados, para nos tirar para fora deste presente século mau segundo a vontade de nosso Deus e Pai (Gl 1: 4)?
Enxergamos o mundo em seu real caráter? Como podemos aprender? Nossa carne nos pode ensinar? Nossa carne compara o mundo com o paraíso, o Jardim do Éden, exatamente como Ló (Gn 13: 10). Não só os ímpios, mas também nossa carne acha tudo que deseja no mundo. Ela não tem nenhum desejo pelo céu e odeia um caminho com Deus. Porque num caminho com Deus não há lugar para a carne. Neste caminho ela é mantida no lugar de morte, e nós precisamos mantê-la na morte, porque Deus condenou o velho homem no Senhor Jesus sobre a cruz. Como poderia a carne desejar caminhar com Deus? Ela odeia a obediência ao Senhor. Ela quer andar seu caminho no mundo.
Não vemos esta influência também em nosso meio: em nossas casas, nossos costumes, em nossos relacionamentos, sim, em uma porção de coisas? Antes de tudo ao imitarmos Caim e sua família, na busca por esforço próprio tentar escapar das conseqüências do juízo de Deus sobre a criação, motivado pela queda do homem e da rejeição de Deus, ao buscarmos segurança humana (desde o berço até o tumulo), tendo por objetivo ganhar o máximo em salário e se possível ser promovido com aumento de salário? Se possível dar a melhor formação aos nossos filhos, para que tenham uma posição melhor que a nossa, com maior segurança? Isto está de acordo com o hino: “Este mundo é um deserto, onde nada saberia escolher, onde nada tenho a perder, a chorar, a lamentar. Nada preciso além de um bordão!” É esta a realidade de nossa posição aqui na terra, unido com nosso Salvador e Senhor, que foi rejeitado aqui e não teve nada além de uma cruz e um tumulo? Veja p. ex. 1 Pedro 2: 11; Lucas 12: 22 – 34.
Aqui Deus nos apresenta um homem que andou 300 anos com Deus. Nas condições da época seria desde a sua juventude. Sobre seus primeiros 65 anos não é dito nada. Mas desde o nascimento de seu primeiro filho, seus olhos se encontram abertos para o real estado sobre a terra, tanto para a caída geração de Caim como também para a geração de Sete, do homem de Deus. No nome de seu filho ele expressa isto. O significado profético de seu nome revela que conhecia os pensamentos de Deus. Depois ele andou 300 anos com Deus. Ele recebeu o testemunho da parte de Deus, de que agradou a Ele. Com deve ter sido maravilhoso para Enoque! Nossa nova vida não deseja também receber tal testemunho de Deus? Não é o desejo de todos os crentes, também o nosso? Só há um caminho no qual podemos alcançar isto.
Se nós viermos com o Senhor Jesus, com a glória de sua pessoa e de sua obra, assim como o Espírito Santo nos mostrou, lendo sob oração a palavra de Deus, oferecendo-O a Deus, então Deus dá testemunho sobre o Senhor Jesus. Deus não dá testemunho de nós, quando nós aos domingos de manhã só nos ocupamos com o que recebemos. Isto ele sabe muito melhor do que nós jamais conheceremos, até na casa do pai. Ele dá testemunho sobre nosso sacrifício, se for o Senhor Jesus, pois é isto que Ele procura. Ele deseja comunhão, ter a mesma parte conosco no gozo da glória de Seu Filho e de Sua obra.
Certamente o Pai procura tais que o adorem em espírito e verdade, portanto, aqueles que conhecem seu verdadeiro relacionamento com Ele como filhos, e se aproximam Dele como filhos, para diante Dele expressar o que viram em sua glória (Jo 4: 23). Mas o Pai também busca tais que lhe tragam o Senhor Jesus como oferta queimada e como oferta de manjares sobre o altar, que O apresentam na glória de Sua pessoa e de Sua obra. Nem tanto o que Ele fez por nós, mas o que Ele fez para Deus em sua vida sobre a terra e principalmente em sua morte na cruz, como é visto na oferta de manjares e no holocausto. Este é o grande ensino das sombras no velho testamento, principalmente em Levítivo 1 a 3 e 7.
Nós lemos em Hebreus 11: 4, que Deus deu testemunho para a oferta de Abel. Estas ofertas, os primogênitos de seu rebanho e de sua gordura, eram figuras do Senhor Jesus. Abel reconhecia por sua oferta que não podia vir pessoalmente a Deus, por ser pecador. Mas ele veio com uma vítima, que era inocente e que morreu por ele, sendo maravilhosa aos olhos de Deus!
Mas de Enoque lemos outro testemunho: “antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus.” Em Genesis 5 lemos duas vezes, o que o Espírito Santo considerou o mais importante em Enoque: ele andou com Deus! Este foi o motivo do agrado de Deus em Enoque. Nós temos este testemunho de Deus? Não queremos, cada um de nós agora, questionar-se, se agrada a Deus? Deus vê em nós o único desejo de andarmos o caminho da vida com Ele? Queremos, não só os últimos minutos de nossa vida, mas toda a extensão de nossa vida, cada minuto que ainda vivermos nesta terra andar com Ele? Queremos deixar Ele decidir em todas as condições – de dia, de noite, em casa, na rua, no trabalho – e também em nosso tempo livre?
É verdade para todo o crente, em todas as condições, o que o Senhor prometeu em Mateus 28: 20: “eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (isto é o mundo em seu atual estado moral). Mas de Enoque andar com Deus é algo totalmente diferente.
Há alguns anos ouvi de um irmão na América, que pelo menos uma vez por ano passava por toda a casa, para ver se havia coisas que não gostaria de ter ali, caso o Senhor Jesus viesse visitá-lo pessoalmente. Geralmente ele achava alguma coisa – e com certeza também em sua estante de livros – que precisava remover, porque sentia que aquilo não devia ser encontrado na casa de alguém que desejava andar seu caminho com o Senhor. Isto me tocou bastante, principalmente no que se refere à estante de livros. Preciso reconhecer que no decorrer dos anos precisei rasgar ou queimar muitos livros, por não serem conforme os pensamentos do Senhor. Examinamos nossa vida pessoal assim, toda a nossa vida prática, nossa família, nossa casa, nossas paixões, nosso trabalho, nossas ligações, sim, tudo? E isto não só uma vez ao ano, mas constantemente? Com certeza, é muito importante repensarmos nossa vida no dia decorrido, à noite, e perguntarmos: “o que não foi segundo o pensamento do Senhor?”, orar toda a noite: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos! E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.” (Sl 139: 23, 24).
Mas Enoque foi além. Ele não fazia constantemente a pergunta, que em suas ações não era bom, mas ele perguntava em tudo o que o Senhor queria, para onde deveria ir, o que devia fazer em seu tempo livre, como organizar sua casa, sim, todas as coisas. Ele andava com Deus e não procurava caminho próprio, seu passa-tempo, etc. Ele não tinha a palavra escrita com nós. Portanto ele não tinha todas as instruções que nós temos nela. Nós podemos ler nela como o Pai e o Filho pensam sobre o mundo, como desejam que andemos nosso caminho neste mundo. Ele não conhecia o Senhor Jesus em sua vida na terra, em quem temos um tão claro exemplo para a nossa vida. Ele não tinha o Espírito Santo habitando nele, que o conduzisse a toda a verdade (Jo 16: 13). Ele não tinha a unção do Santo, e por isso não sabia todas as coisas como nós (1 Jo 2: 20, 27). Mas em suas condições e com o conhecimento que ele tinha, o Espírito Santo pode dar testemunho dele: “E andou Enoque com Deus, ... trezentos anos.” Ele tinha o testemunho de que agradara a Deus.
Quanto mais nós podemos saber disso! Em Gálatas 5: 17 diz: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” A carne, o que do velho homem ainda está no crente, enquanto vive na terra, ama o mundo e odeia a Deus. Mas uma nova vida ama a Deus e deseja obedecer-LHE. Todo crente aprendeu por experiência que sua carne é mais forte que sua renovada vontade. Esta experiência é descrita em Romanos7. Mas não existe saída? Sim, os primeiros versos de Romanos 8 dão a resposta. Deus matou nosso velho homem em Cristo sobre a cruz. Isto precisamos crer, e agir de acordo. Isto significa que devemos manter a carne na morte, não devemos dar ouvidos a ela. Mas ela não quer permanecer na morte! Agora a palavra de Deus diz, entregai-vos ao Espírito Santo que habita em todo crente (1 Co 6: 19; Rm 8: 9, 11), e ele conduzirá a luta contra a carne por vós. Ele habita em nós “para não fazerdes o que quereis”. Não está bem claro, que, se Deus, o Espírito Santo, habita em mim, exclusivamente ele pode ter autoridade em minha vida? Ele quer me dizer em tudo o que devo fazer, para onde devo ir, o que devo falar, etc. Se eu faço só o que ele me diz, Deus terá prazer em mim. Além disso ele me dará o poder para isso e tudo que preciso para tanto.
Romanos12: 1 diz: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Sabemos de 1 Coríntios 6: 19, que nosso corpo é o templo do Espírito Santo. No verso 20 continua dizendo: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.” E em Romanos 14: 23 lemos: “tudo o que não provém da fé é pecado.” Se provarmos nossa vida todo dia, podemos então dizer que tudo que fizemos foi por fé? Temos perguntado em tudo pela vontade do Pai e do Filho, a ponto de podermos dizer que agimos por fé? Eu sei a resposta de cada um de nós. Quem poderia dizer que a palavra em Tiago 3: 2 não vale para ele: “Porque todos tropeçamos em muitas coisas”? Mas eu gostaria de nos perguntar: É o desejo de nosso coração, andar toda a nossa vida com o Senhor Jesus? É o desejo de nosso coração fazer só o que lhe apraz, andar nosso caminho na fé – deixar nos conduzir pelo Espírito Santo e assim ter comunhão com o Pai e com o Filho em todas as coisas? É nosso desejo fazer tudo que é agradável ao nosso Salvador e ao nosso Pai?
Oramos por isto? Pedimos: Senhor, mostra-me teu caminho? Permita Deus que cada um de nós, do mais jovem ao mais idoso, possa responder com “Sim”. Para que busquemos tornar realidade em toda a nossa vida, nas coisas pequenas e nas grandes. Deixemo-nos analisar nossa vida assim! Esta é a posição em que o novo testamento nos vê como filhos de Deus, do Pai, propriedade de Deus, do Filho, do nosso Salvador, que nos comprou com o seu sangue (Ap 5: 9), pelo qual fomos justificados (Rm 5: 9), pelo qual temos a redenção (Ef 1: 7), e fomos purificados (1 Jo 1: 7), pelo qual fomos lavados de nossos pecados (Ap 1: 5). Nós fomos feitos um com Ele, como membros do corpo (1 Co 6: 15; Ef 1: 23). Nós somos o templo de Deus, do Espírito Santo (1 Co 6: 19), e nós temos a unção do Santo e sabemos tudo (1 Jo 2: 20).Todo aquele que tem paz com Deus, e portanto recebeu o Espírito Santo, está em condições de discernir se algo é do Senhor, ou se é operado pelo Espírito Santo ou não. Por outro lado é possível que por negligenciar estas coisas se tenha caído sob a influência da carne e do mundo, e com isto ter olhos escurecidos. Assim lemos em Hebreus 5: 12 – 14: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.” Os hebreus não estavam mais na presença do Senhor na prática, e assim não andavam mais no caminho com o Senhor. Esta é a grande diferença.
Mas Enoque andou com Deus. O Espírito Santo fala isto duas vezes. A primeira, vez ouvimos quando seu caminho começou e quanto tempo durou. A segunda vez, nos é dito que no fim destes trezentos anos ainda era o mesmo. Nele não é visto nenhum enfraquecimento do seu estado espiritual. “Enoque andou com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado”. Aí vemos os pensamentos de Deus, também em relação à igreja (1 Co 15: 51 – 54; 1 Ts 4: 15 – 17). O juízo sobre o mundo está determinado. A pesar de a misericórdia de Deus ser muito grande – Matusalém  chegou a 969 anos de idade, ficou mai velho que qualquer outro homem até onde a palavra de Deus nos comunica – a data do juízo estava determinada e era conhecida: “na sua morte virá”. Deus irá proteger, durante o juízo sobre o mundo, aqueles que a pesar de tudo lhe são fiéis.  Nós vemos isto no capítulo 6 e 7, com Noé e sua família. Deus tirará os seus, que estão separados do mundo, que tomaram o lugar de rejeição com o Senhor Jesus, antes do juízo, da área condenada. “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3: 10, 11).
Enoque andou com Deus, separado do mundo. Assim ele foi um verdadeiro testemunho de Deus aqui na terra. Porque Deus foi rejeitado pelo mundo, e por isto totalmente separado dele. Esta será a eterna posição de Deus, e de todos aqueles que tomaram junto com Ele e com o Salvador, o lugar de separação do mundo. O mundo será destruído pelo juízo. Até a terra com as obras sobre ela queimará (2 Pe 3: 10). Os homens que pertencem a este mundo, estarão eternamente no inferno. E nós, os que dividimos com o Senhor o lugar de sua rejeição, estaremos eternamente com Ele nesta posição. Mas então não mais como forasteiros, mas como filhos de Deus, os irmãos do Senhor Jesus, na casa do Pai.


Extraído do livro: DA PALAVRA DA VERDADE volume 1
Editora  Heijkoop-Verlag  Alemanha
Tradução  Werner Klaes