quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Que vamos fazer no céu?

A bíblia, não revela muita coisa sobre este assunto; mas o que está escrito nos dá uma imagem. Vamos contemplar brevemente, em 12 aspectos. Os primeiros seis, são de caráter mais „estático“, quer dizer: descrevem mais o Estado, no qual nos encontraremos na eternidade, mesmo que descritos na forma de „verbos“. O segundo grupo de verbos é mais de característica „dinâmica“; descrevem o que havemos de fazer no céu.

Nosso Estado

(1) Habitar. Na casa do Pai há muitas „moradas“, onde será nossa eterna estadia (Jo 14: 1-3), ou, segundo Lc 16: 9: nossos „tabernáculos eternos“ (compare 2 Co 5: 1: „uma casa eterna nos céus “). O céu é nosso eterno „em casa“. O mais importante porém, não é onde habitaremos, mas com quem. Nós habitaremos com Jesus (Lc 23: 43), com o Senhor (2 Co 5: 1; 1 Ts 4: 17), com Cristo (Fm 23). Lugares na bíblia, nunca tem glória própria, e isto vale também para o céu. A glória do céu não contém nada mais do que, que o Deus tri uno o preenche com sua glória. Habitaremos na presença de Deus; atente bem por favor: „habitaremos“, não „pousaremos como hóspedes“. Pelo fato de Deus ser nosso Pai, o céu será nosso „próprio“ local de habitação. Estaremos tão em casa ali, como crianças morando com seus pais.

(2) Herdar. A bíblia nos diz, que somos herdeiros de Deus (Rm 8: 17; Ef 1: 11,14; Ap 21: 7). Isto não só significa que herdamos o universo com Cristo, mas também que recebemos uma herança, que está reservada nos céus para nós (1 Pe 1: 4). Paulo fala de nossa „herança na luz“ (Cl 1: 12). Por sermos filhos de Deus, teremos nossa própria herança no céu, com todas as bênçãos espirituais que fazem parte dela (veja Ef 1: 3, 18). Este ponto se une ao anterior: nós „herdamos“ o céu (veja Hb 9: 6 ...), porque somos filhos Daquele, a quem pertence o céu.

(3) Descansar. O céu também é um lugar onde os bem-aventurados „descansam de suas fadigas“ eternamente (Ap 14: 13). No céu não seremos preguiçosos e inativos (veja 10-12) mesmo assim o céu será um lugar de descanso eterno. Ali havemos de servir (11), mas este serviço jamais será penoso e fatigante. „Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas “ (Hb 4: 9...). O „sábado“ será primeiramente o reino milenar de paz (veja Sl 92); mas o descanso sabático se estenderá por toda a eternidade.

(4) Gozar. O céu é um lugar de eterno, bem-aventurado gozo; „bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor“ (Ap 14: 13). Ele é o lugar onde lágrimas, luto e dor pertencem ao passado (Ap 21: 4; 7: 17). O céu é o lugar do consolo (Lc 16: 25), do gozo no Senhor (veja Mt 25: 21, 23; também Is 35: 10; 51: 11: „eterno gozo“). Ele é o lugar de „eterno peso de glória, acima de toda comparação“ (2 Co 4: 17). Paulo cita (Is 52: 15): „Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.“ (1 Co 2: 9).

(5) Compreender. O céu é o lugar onde compreenderemos muitas coisas, que não compreendemos hoje na terra. Talvez o Senhor pensou nisto quando disse: „...compreendê-lo-ás depois“ (Jo 13: 7; ou pensou na vinda do Espírito Santo em pentecostes?). De qualquer forma 1 Co 13: 10, 12 fala da Eternidade: „...Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. (...)Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. “

(6) Resplandecer. Em Mt 13: 43 o Senhor diz: „Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai.“ (veja Dn 12: 3). Também isto vale primeiramente para o milênio – mas, os justificados deixarão de „resplandecer“ depois dos mil anos? A noiva do Cordeiro está vestida com a „glória de Deus“, tanto no milênio como na eternidade (Ap 21: 9-11). Ela é uma noiva „brilhante“, que mesmo depois de mil anos ainda tem a imagem „ataviada como noiva adornada para o seu esposo “ (Ap 21: 2).
Nossos Atos

(7) Contemplar. O céu será o lugar, onde os bem-aventurados contemplarão a glória do Senhor. Foi a vontade do Filho, como disse: „para que vejam a minha glória que me conferiste“ (Jo 17: 24). Então nós „haveremos de vê-lo como ele é“ (1 Jo 3: 2) „veremos face a face“ (1 Co 13: 12). „contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele“ (Ap 22: 4). „Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus“ (Mt 5: 8). „Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor“ (Hb 12: 14).

(8) Deitar à mesa / comer. O céu é o lugar onde se realizará a grande festa de Deus com seu povo e dos bem-aventurados juntos. Isto é revelado diversas vezes na bíblia pela figura da ceia (veja também 4 e 9). Quando a bíblia fala do „Deus unigênito, que está no seio do Pai“ (Jo 1: 18), temos diante de nós a figura da ceia: o Filho, que está desde a eternidade „no seio do Pai“. Assim também vemos Lazaro „no seio de Abraão“ (Lc 16: 22 ...). A respeito dos bem-aventurados o Senhor diz: „Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá “ (Lc 12: 37). Algumas vezes encontramos em ligação com a eterna bem-aventurança a figura de „Comer“, que não é só figura de comunhão, mas de eterno gozo: „Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.“ (Ap 2: 7); „Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro“ (19: 9; veja 2: 17: „maná escondido“; 7: 17: „apascentará“). O próprio Senhor diz: „não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai“ (Mt 26: 29).

(9) Praticar comunhão. O céu é o lugar onde a „vida eterna“ está em casa por natureza. Esta vida desceu à nós na Pessoa do Senhor Jesus (1 Jo 1: 1... ;5: 20) e nos foi dada, mas o céu será o lugar onde o reconheceremos plenamente (Mt 25: 46; Jo 4: 36; 12: 25; Ro 6: 22; Gl 6: 8; Jd 21). Ali compreenderemos plenamente, o que nos foi dado pela vida eterna: comunhão com o Pai e com o seu filho Jesus Cristo (veja Jo 17: 3).

(10) Reinar. Durante o reino messiânico nós reinaremos com Cristo, mas isso não será limitado a mil anos: „(...)e reinarão pelos séculos dos séculos“ (Ap 22: 5; veja 2: 26). Também no assim chamado estado eterno, quando Deus for tudo em todos (1 Co 15: 28), reinaremos juntamente sobre toda criação, que então será nova criação.

(11) Servir. O verbo „servir“, expressa de forma geral, o que será nossa atividade na eternidade. De um lado, nós reinaremos junto „em baixo“, sobre a criação, e de outro nós seremos submissos „em cima“, ao Deus tri uno e lhe serviremos: „(...) Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela [=na nova Jerusalém], estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão“ (Ap 22: 3). A tradução NBG (bíblia holandesa tradução de 1951) reproduz „servir“, aqui como „honrar“ (veja 12). Aqui nós também pensamos em Jo 14: 1-3, onde a casa do Pai na nossa opinião não deve ser vista separada da mesma expressão como em Jo 2: 16, que se refere ao templo. As „muitas moradas“ devem ser vistas, neste caso, em ligação com as câmaras (moradias dos sacerdotes), que faziam parte do templo (veja Ex 41: 6 ...). No templo celestial há „muitas moradas“ para os sacerdotes celestiais, que executarão por toda a eternidade o „serviço do templo“ (Ap 7: 15; 11: 19; 14: 15,17; 15: 5 ..., 8; 16: 1, 17).

(12) Adorar. Principalmente no livro do Apocalipse se fala mais pormenorizadamente sobre a eterna adoração, que tanto os santos como os anjos trarão a Deus e ao Cordeiro no céu. „Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram.“ (Ap 5: 8-14; compare 4: 10 ...; 11: 16-18; 19: 1-8; Também 7: 9-12).

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