Preparas uma mesa
perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu
cálice transborda
(Salmo
23:5).
CÁLICE TRANSBORDANTE
Há um processo
necessário para tornar nossa alma capaz de afirmar: “O meu cálice transborda”.
Essa não é a experiência do salmista na primeira parte do Salmo. Ali, ele diz:
“O Senhor é meu Pastor”, e acrescenta: “Nada me faltará”. Encontramos o cuidado
do Pastor revelado nos pastos verdes e nas águas de descanso, nos quais a alma
se revigora para andar nas “veredas da justiça, por amor do Seu nome”.
Mas na última parte do
Salmo há uma mudança notável. A alma já não está mais nos pastos verdes e nas
águas de descanso, e sim no vale da sombra da morte, ou seja, no leito de
morte. Esse é o significado mais comum atribuído a essas palavras. Na prática,
a experiência deste Salmo é mais compreendida no leito de morte. Mas não tem de
ser assim. Não é isso o que está implícito no versículo: “Certamente que a
bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida”.
Para aqueles que
conhecem o Senhor, existe uma morte maior que a nossa. Certamente é a sombra de
Sua morte, a morte do Salmo 22, que se estende como pano de fundo de toda a
história deste mundo. O mundo no qual nosso Senhor foi crucificado é o vale da
sombra da morte.
Então o que resta para
nós? “Tu estás comigo”. O próprio Pastor é muitíssimo mais precioso que Seu
cuidado. Ele é mais precioso do que tudo o que pode dar. Quando a alma atinge a
maturidade para entender isso, compreender a cena de Sua cruz, passa-se do
estágio de “Nada me faltará” para “Meu cálice transborda”.
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