Agar, serva de Sarai, de onde vens e para onde vais? Gênesis 16: 8 No sossego e na confiança, estaria a vossa força. Isaías 30: 15

Abraão e Sara queriam "ajudar" um pouco para que a promessa de um filho se cumprisse. Naquela época, não era incomum que mulheres sem filhos dessem a seus maridos uma concubina para que tomassem o filho dela como seu. Assim, Sara deu a Abraão sua serva Hagar como mulher. Mas as promessas de bênção de Deus se referiam explicitamente ao filho que a própria Sara daria à luz. No entanto, os ismaelitas, descendentes de Agar, provaram justamente ser, na história posterior, os inimigos dos descendentes de Sara.

Sempre que o homem age contra os pensamentos de Deus, o resultado é dificuldade e a perturbação das circunstâncias. Esse também é o caso aqui. A consequência dessa união de Abraão com Agar é uma rivalidade entre Agar e Sara, durante a qual Agar foge. Mas então algo surpreendente acontece: Deus tem misericórdia dela. O "anjo do SENHOR" a encontra e lhe faz a seguinte pergunta: "De onde vens e para onde vais?"

O "de onde" e o "para onde" são as perguntas fatídicas de toda a humanidade. Quantas pessoas estão fugindo de seu passado e não veem nenhum futuro à sua frente! Somente um pode ajudar. Ele também pode responder à pergunta "para onde", a pergunta sobre o objetivo da vida. - Com Agar, Deus coloca o dedo no ponto sensível: "Torna-te para tua senhora e humilha-te debaixo de suas mãos" (v. 9).

Não podemos esperar que Deus nos abençoe, se agirmos contra Sua vontade expressa, ou se não confiarmos Nele e tomarmos nossos destinos em nossas próprias mãos. Portanto, confiemos totalmente Nele, e em Sua Palavra! Isso nos salvará dos problemas que surgem com a vontade própria.

Leitura diária da Bíblia: Levítico 14: 33 - 57; Salmo 62: 1 - 12

Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo. Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Salmo 119: 98, 99

Todos os dias sinto que me falta sabedoria. Às vezes, Deus me leva a circunstâncias difíceis para me fazer sentir essa falta. Ele me põe à prova. Então, depende de como procedo: Eu me apoio totalmente Nele? Em termos concretos: na banca de livros cristãos na cidade, um muçulmano inicia uma conversa comigo: Qual é a melhor maneira de compartilhar o Evangelho com ele? Ou entro em um conflito com outros crentes: Como posso defender a verdade sem abrir mão da paz? Talvez eu seja eloquente, mas isso me ajuda?

 

O que eu preciso é de sabedoria divina, sabedoria do alto! Se eu pedir a Deus com fé, Ele me dará: "E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada". Isso me dá coragem, mas também exige minha fé, pois continua dizendo: "Peça-a, porém, com fé, não duvidando" (Tiago 1: 5, 6). Sim, quero confiar em Deus e depois vivenciar o cumprimento de Sua promessa.

Mais uma coisa a ser observada: A sabedoria do alto encontra seu fundamento na Palavra de Deus. Essa Palavra deve habitar ricamente em mim (Colossenses 3: 16). Posso dizer com sinceridade, como o salmista, que a Palavra de Deus está "sempre comigo"? Quando meus pensamentos são consistentemente guiados pela Palavra de Deus, recebo a sabedoria divina e o verdadeiro discernimento. Nenhuma instrução humana pode me dar essa percepção - por mais piedosa que seja. Há apenas um caminho para a sabedoria divina: a Palavra de Deus em combinação com a oração cheia de fé.

A sabedoria que Deus dá é então revelada de forma prática em meu proceder: "Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia." Tiago 3: 17

Leitura diária da Bíblia: Levítico 14: 14 - 32; Salmo 61: 1 - 8

Porém todo o Israel e Judá amavam Davi, porquanto saía e entrava diante deles. 1 Samuel 18: 16

 

Pelo poder de Deus, Davi havia conquistado a vitória sobre Golias. Saul então o nomeou um de seus comandantes. E Deus o fez prosperar em seus caminhos e em sua guerra (v. 5, 13, 14). O povo o aplaudia quando ele saía e entrava à frente de seus guerreiros. Eles haviam sofrido por muito tempo sob a ameaça do inimigo. Agora havia alívio, e em todos os lugares os coros de mulheres cantavam louvores a Davi.

Mas quem, entre seus admiradores, buscava aproximar-se de Davi, ter uma comunhão pessoal íntima com ele? - Em vez disso, a inveja surgiu em alguns; o rei Saul até tentou matá-lo. Havia apenas algumas pessoas, como Jônatas, que sentiam verdadeiro amor por Davi em seus corações.

Apliquemos essa história ao nosso tempo: quão grande é o fluxo de bênçãos que veio da vinda do Senhor Jesus a este mundo, de sua vida, de seus ensinamentos e de seu sacrifício na cruz! Por muitos séculos, os valores cristãos - mesmo que muitas vezes apenas formalmente - moldaram o Ocidente. Mas muitos beneficiários conhecem a pessoa de Jesus Cristo apenas à distância; e, na opinião pública, a distância em relação a Ele está ficando cada vez maior.

Com um verdadeiro crente, deveria ser diferente! A verdadeira bênção interior está na comunhão pessoal com o Senhor Jesus Cristo, no encontro com Ele em oração e em silêncio. - Os filhos não podem confiar apenas na fé de seus pais e a esposa não pode confiar apenas na fé de seu marido ou vice-versa. Para uma vida de fé verdadeiramente feliz, não há substituto para a proximidade pessoal e íntima com nosso Senhor.

Leitura diária da Bíblia: Levítico 14: 1 - 13; Salmo 60: 6 - 12

Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará. Salmo 37: 5

Confia Nele

O versículo do dia de hoje tem incentivado inúmeros crentes a confiar em Deus nos últimos 3.000 anos. As três afirmações de Davi continuam a se aplicar de forma inalterada, pois estamos lidando com o mesmo Deus Todo-Poderoso.

1. "Entrega o teu caminho ao SENHOR..." - Todas as manhãs nos comprometemos com Deus, em relação à distância que teremos de percorrer durante o dia. Em sua forte mão, queremos passar por nossa movimentada vida diária. Especialmente nas encruzilhadas que exigem decisões, pedimos ao Senhor que nos mostre qual caminho devemos escolher. Também podemos entregar a Ele, em oração, todos os temores e preocupações associados a isso.

2. "... confia Nele ..." - Depois de entregarmos nosso caminho a Deus, é a vez Dele. Nós nos retiramos e deixamos todo o resto por conta Dele. Davi nos exorta a confiar calmamente no Senhor e esperar Nele (v. 7). Muitas vezes achamos particularmente difícil, desistir da questão e esperar por Sua ajuda.

3. "... ele tudo fará". - Que conclusão gloriosa! Não sabemos quando ou como Deus intervirá, mas Ele nos promete que o fará. Ele nunca decepcionará nossa confiança. Se esperarmos Nele, é garantido que Ele cuidará do assunto - e o fará bem! Lutero traduz essa frase de forma adequada como: "Ele fará bem".

Leitura diária da Bíblia: Levítico 13: 45 - 59; Salmo 60: 1 - 5

E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois, tornava ao arraial; mas o moço Josué, filho de Num, seu servidor, nunca se apartava do meio da tenda. Êxodo 33: 11

Josué, o sucessor de Moisés, teve uma vida longa e cheia de acontecimentos. Nela, ele se colocou totalmente a serviço de Deus e de seu povo. Os 110 anos de sua vida incluíram o êxodo de Israel do Egito, os 40 anos de peregrinação no deserto e a conquista da terra de Canaã. Como líder do exército, ele conseguiu inúmeras vitórias. E quando Moisés enviou doze espias para a terra de Canaã, Josué e Calebe foram os únicos que confiaram em Deus para lhes dar a terra, embora os inimigos fossem tão poderosos.

 

Na vida de Josué, encontramos um sucesso quase contínuo. Como isso aconteceu? Não podemos atribuí-los ao seu talento natural ou a felizes coincidências, mas ao fato de que ele estava cheio do Espírito de Deus. Essa foi a chave do sucesso de Josué, e não é diferente para nós hoje.

O próprio Deus disse a Moisés: "Toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e põe a tua mão sobre ele". Isso deu a Josué autoridade pública para liderar o povo após a morte de Moisés. Ao mesmo tempo, ele recebeu sabedoria prática para essa difícil tarefa. "E Josué, filho de Num, foi cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés tinha posto sobre ele as suas mãos" (Números 27: 18; Deuteronômio 34: 9).

Em Josué, observa-se um grande interesse espiritual desde sua juventude. Ele manteve contato próximo com Moisés e tinha o hábito de passar tempo na presença de Deus, na "tenda da congregação", onde Deus costumava falar com Moisés. Aprendemos com isso: o contato com Cristo e a comunhão diária com Deus são absolutamente indispensáveis, se nós - cheios do Espírito Santo - quisermos viver uma vida cristã vitoriosa.

Leitura diária da Bíblia: Levítico 13: 29 - 44; Salmo 59: 10 - 17

E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. Lucas 1: 35

O Senhor Jesus é o Filho de Deus. Isso é enfatizado em três ocasiões no Evangelho de Lucas: no anúncio de Seu nascimento, em Seu batismo e em Sua transfiguração ou transformação. A cada vez, a Palavra de Deus enfatiza um aspecto diferente desse fato (Lucas 1: 35; 3: 22: 9: 35).

 

Maria ficou grávida pelo "poder do Altíssimo". Como gerado pelo Espírito Santo, o filho da virgem deve ser chamado de "Filho de Deus". Isso reconhece sua pessoa. O Filho eterno também é "o Santo" e "Filho de Deus" como homem.

Em seu batismo, Deus testifica pela segunda vez que Cristo é o Filho de Deus: "Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido". Isso reconhece seu chamado e ministério. Pois agora começa Seu ministério público, no qual Ele encontra o bom prazer de Deus em tudo.

Pela terceira vez, o Senhor Jesus recebe esse testemunho quando é transformado e Sua glória se torna visível no futuro reino na montanha. Desta vez, lemos: "Este é o meu Filho amado; a ele ouvi". Esse terceiro testemunho O confirma em Sua realeza.

Sua pessoa, ministério e reinado, são reconhecidos por Seu Deus e Pai. Esses testemunhos de Sua filiação a Deus são seguidos mais tarde pela ressurreição, que os certifica de forma conclusiva e prova que o Senhor Jesus é "o Filho de Deus em poder" (Romanos 1: 4).

O Filho é o centro dos pensamentos do Pai. Queremos olhar para Ele em Sua Palavra, para que Ele possa se tornar grande, e cada vez maior para nós. A Ele seja toda a glória, a Ele "o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!" (Romanos 9: 5).

Leitura diária da Bíblia: Levítico 13: 9 - 28; Salmo 59: 1 - 9

E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. João 20: 26

O Senhor ainda aparece aos discípulos no dia de sua ressurreição, mas Tomé não está lá. Quando os outros discípulos relatam para ele que viram o Senhor, ele formula suas "condições" sob as quais está disposto a acreditar. Mas ele tem que esperar - por oito dias. Só então Tomé tem a oportunidade de estar com os outros discípulos e encontrar o Senhor.

 

Pedro negou o Senhor três vezes no pátio do sumo sacerdote. Então o Senhor se vira e olha para Pedro - e ele sai e chora amargamente. O Senhor é crucificado, morre e é colocado na sepultura.

Mas, no mesmo dia da ressurreição, Ele se encontra com Pedro e, no final da tarde, anunciam aos dois discípulos que haviam ido a Emaús, e retornado a Jerusalém: "Ressuscitou, verdadeiramente, o Senhor e já apareceu a Simão?" (Lucas 24: 34).

Os dois discípulos falharam: Pedro negou o Senhor, e Tomé se afastou de seus companheiros. O Senhor se preocupa com os dois, pois "a cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega" (Isaías 42: 3). Por isso, Ele encontra ambos: um imediatamente, o outro somente depois de oito dias.

Talvez um de nós também esteja esperando por uma pessoa que pecou, que se perdeu ou perdeu a conexão. Podemos ter coragem e confiar no Senhor! Ele alcançou a meta com os dois discípulos: com Pedro no dia de sua ressurreição, com Tomé oito dias depois. A medida, o tempo e a abordagem do Senhor foram perfeitos - mas não havia atalho que levasse ao objetivo.

Leitura diária da Bíblia: Levítico 12: 1 - 13: 8; Salmo 58: 1 - 11

Clamou, pois, Moisés ao SENHOR, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures. Números 12: 13

Miriã e Arão haviam se rebelado contra seu irmão mais novo, Moisés. Eles tinham inveja da posição que Deus lhe dera entre seu povo. Mas Moisés, que era "mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra" (v. 3), aceitou calmamente as acusações injustificadas. Ele permaneceu em silêncio. Então Deus interveio em favor de Seu servo fiel, punindo Miriã: ela ficou leprosa!

 

O que Moisés faz agora? Ele continua em silêncio? Será que ele está satisfeito com o fato de Miriã ter recebido sua justa punição? Não, Moisés ora por sua irmã. Ele só pode ter aprendido essa atitude na presença de Deus, que é "misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade" (Êxodo 34: 6),

Agora mesmo Deus intercedeu por Moisés, agora Moisés intercede por sua irmã, por essa irmã que pecou contra Ele! O Senhor Jesus nos diz: "orai pelos que vos caluniam" e isso é exatamente o que Ele mesmo praticou em Seu grande amor divino quando foi crucificado e blasfemado e ainda assim orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 6: 28; 23: 34).

Mas há mais coisas que podemos aprender com Moisés. Já notamos como a oração de Moisés é curta e precisa? Apenas seis palavras, e tudo está dito. Não é comum pensar que "por muito falarem, serão ouvidos"? (Mateus 6: 7. Ao mesmo tempo, Moisés faz seu pedido com insistência a Deus: "Que a cures!" Isso é compaixão genuína; ele faz da necessidade da irmã a sua própria necessidade.

Que o Senhor nos dê a força e o amor em nosso coração para orarmos da mesma forma por nossos irmãos e irmãs, vizinhos ou colegas de trabalho - mesmo que tenham se comportado de forma fria ou ofensiva conosco: Ó Deus, por favor, cure-os!

Leitura diária da Bíblia: Levítico 11: 29 - 47; Salmo 57: 1 - 11

E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem. Lucas 1: 50

Misericórdia - não consta no dicionário!

Quando escrevo textos no computador, posso fazer a verificação ortográfica automaticamente. Isso envolve uma comparação com uma lista de palavras armazenada e, se uma palavra do meu texto não aparecer na lista, o programa informa um erro. Certa vez, fiquei surpreso com a mensagem: "Misericórdia - não consta no dicionário". Embora eu tenha experimentado isso com mais frequência com outras palavras, dessa vez fiquei pensativo.

Não é verdade que a misericórdia nem sequer é procurada por muitas pessoas hoje em dia? Deus é "rico em misericórdia", mas as pessoas sem Deus são "sem amor natural, impiedosas" (Efésios 2: 4; Romanos 1: 31).

O quanto a Palavra de Deus está certa nesse julgamento fica cada vez mais evidente quanto mais a humanidade se afasta de Deus. - Como podemos agradecer a Deus pelo fato de que em Seu "dicionário", se é que podemos chamar a Bíblia assim, a misericórdia ocupa um grande espaço!

"Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, ele nos salvou .... segundo a sua misericórdia". Todo crente experimentou essa misericórdia salvadora em si mesmo e agora é chamado a ser misericordioso com seu semelhante "como também vosso Pai é misericordioso" (Tito 3: 4 e 5; Lucas 6: 36).

Em nossa jornada de fé, a misericórdia nos acompanha da mesma forma. O Senhor Jesus é o nosso "misericordioso Sumo Sacerdote" que intercede por nós. Podemos nos aproximar do trono da graça e "alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno". Sim, a misericórdia de Deus nos acompanhará até chegarmos ao objetivo de nossa vida de fé e entrarmos no pleno gozo da vida eterna (Hebreus 2: 17; 4: 14 a 16; Judas, verso 21).

Leitura diária da Bíblia: Levítico 11: 1 - 28; Salmo 56: 8 - 13

Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte. 2 Coríntios 12: 10

Prazer nas fraquezas

As fraquezas de seu corpo e sua existência terrena humilharam o apóstolo Paulo. Elas o impediam de se superestimar. Mas ele havia aprendido a aceitá-las da mão de Deus e a dizer sim a elas.

Paulo não se envergonhava de suas fraquezas. Pela fé, ele podia aceitar circunstâncias e experiências adversas como algo bom vindo das mãos do Senhor. Assim, "o poder de Cristo" brilharia ainda mais! Esse é o grande tema deste capítulo.

Paulo teve uma experiência única e foi arrebatado ao terceiro céu. Isso poderia facilmente ter dado origem à arrogância; portanto, ele recebeu "um espinho na carne". Não sabemos exatamente em que consistia o "espinho", mas podemos deduzir de outras passagens das Escrituras que provavelmente era algo que o fazia parecer desprezível aos olhos dos homens (cap. 12: 7; 10: 10).

Paulo suplicou três vezes ao Senhor que tirasse esse "espinho" dele. Mas ele recebeu a resposta: "A minha graça te basta, porque o meu poder se realiza na fraqueza" (cap. 12: 9).

Talvez o apóstolo tenha pensado, a princípio, que seu serviço ao Senhor seria prejudicado por essa insuficiência de seu corpo, mas depois ele foi capaz de aceitar a palavra reconfortante do Senhor. Se a fraqueza do "vaso" humano servisse para fazer seu Senhor e Seu poder brilharem ainda mais e de forma mais gloriosa, então Paulo ficaria bastante satisfeito.

Leitura diária da Bíblia: Levítico 10: 1 - 20; Salmo 56: 1 - 7

Mas deveras para isto te mantive, para mostrar o meu poder em ti e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Êxodo 9: 16

Quando Moisés e Arão se apresentaram pela primeira vez diante do Faraó, apresentaram-lhe a ordem de Deus: "Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto!" Mas o orgulhoso governante respondeu: "Quem é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir Israel" (cap. 5: 1, 2).

 

Para Faraó, ser o destinatário de ordens era algo bastante desconhecido. Ele não conhecia Deus, mas logo viria a conhecê-Lo muito bem. Mas, apesar de tê-Lo encontrado no julgamento, seu coração se endureceu. Há poucas coisas piores do que quando uma pessoa fecha o coração para Deus e Sua Palavra, por desafio ou orgulho ferido.

Mas a longanimidade de Deus é grande. Ele enviou ao Faraó várias amostras de seu poder para que não houvesse mais dúvidas de que ele estava realmente lidando com Deus. Cinco vezes o Faraó teve a oportunidade de revisar seu julgamento profano sobre Deus. Será que a paciência de Deus poderia ser maior? Mas que ilusão! Depois de cada praga, diz-se: "O coração de Faraó se endureceu" ou "Faraó endureceu seu coração".

Deus havia dado a esse homem tempo para se arrepender, mas ele não quis. Então, chegou o momento em que Deus endureceu seu coração. Ele havia desperdiçado a graça de Deus e agora sua vida se tornou um sinal de advertência para todas as gerações futuras. Devemos obedecer a Deus quando Ele nos chama ao arrependimento, para que Ele não "dar a conhecer o seu poder" até mesmo para nós, e "mostrar a sua ira" (Romanos 9: 22).

Leitura diária da Bíblia: Levítico 9: 1 - 24; Salmo 55: 16 - 23

Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome. Hebreus 6: 10

Como crentes, nunca mais seremos julgados por nossos pecados, pois Cristo foi julgado por eles. Mas teremos de prestar contas de nossa vida "perante o tribunal de Cristo" como crentes (2 Coríntios 5: 10; Romanos 14: 12). E quando nossas vidas forem postas à prova perante o Senhor e as analisarmos com Ele, ficaremos profundamente gratos por isso.

 

Talvez alguém esteja preocupado com o resultado da prova. Bem, isso mostrará uma coisa: Perceberemos que estamos na glória - e que somos semelhantes a Cristo. Nenhum cristão se oporá a isso! Nenhuma culpa pode mais ser imputada a nós, porque Cristo pagou por ela; Cristo morreu por nossos pecados para que pudéssemos nos tornar a justiça de Deus Nele. Portanto, agora podemos nos apresentar diante de Deus. Ao mesmo tempo, será uma coisa feliz, mas solene, ver o que a graça de Deus realizou em nossa vida. Diante do tribunal de Cristo, o Senhor nos mostrará toda a nossa história de vida (1 João 3: 2; Romanos 5: 21).

Quando olhamos para trás, para nossa vida antes da conversão, vemos um longo e escuro rio cheio de vontade própria e pecado. Mais tarde, percebemos como a graça de Deus entrou, como ela começou a trabalhar em nosso coração. E então a corrente da graça se alarga cada vez mais. Vemos nossa vida, nossas falhas e erros - e descobrimos a infinita paciência e graça do Senhor para conosco.

Por fim, nós, você e eu, vemos o fim e nos damos conta de que estamos maravilhados: "Agora estou com Cristo na glória. Quão grande é a graça que me trouxe até aqui!"

Leitura diária da Bíblia: Levítico 8: 22 - 36; Salmo 55: 9 - 15

Um, porém, chamado Cleopas, respondeu, dizendo: És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias? Lucas 24: 18

No caminho de Jerusalém para Emaús, dois discípulos conversam sobre os acontecimentos dramáticos que envolveram a crucificação de Jesus. Eles estão perturbados e desapontados. Afinal, eles haviam crido em Jesus como o Messias prometido que os libertaria da ocupação romana e estabeleceria seu reino. Mas agora Jesus havia morrido - como isso se encaixava? E agora também a notícia de que o túmulo de Jesus estava vazio - eles não conseguem entender tudo isso.

Em um cuidado amoroso, o Senhor ressuscitado vai atrás dos dois corações decepcionados e cuida deles. Ele se junta a eles, a princípio apenas ouvindo, e finalmente pergunta sobre o que estão falando. Os dois discípulos param de espanto. Cleopas, que ainda não sabe que o interlocutor deles é Jesus, fica surpreso com essa pergunta: Como é possível que haja alguém em Jerusalém que não tenha ouvido falar dos acontecimentos turbulentos dos últimos dias?

Há uma ironia não intencional nas palavras de Cleopas. Ele fala com Aquele que foi pessoalmente pendurado na cruz e pergunta se ele é o único que não ouviu falar sobre isso. O que você acha que nosso Salvador sentiu ao ouvir essas palavras?Afinal, Ele "vivenciou" o que aconteceu na cidade como ninguém: ao contrário de Cleopas, que apenas ouviu ou viu os acontecimentos em Jerusalém, Jesus vivenciou o ódio e a violência do povo em Seu próprio corpo. Nas três horas de trevas, Ele "levando ... em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro" e experimentou a ira de Deus por causa desses pecados (1 Pedro 2: 24). Ele é o único que realmente sabe o que aconteceu no Calvário. Por isso, nós O admiramos e O amamos.

Leitura diária da Bíblia: Levítico 8: 1 - 21; Salmo 55: 1 - 8

E sucedeu que ... Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Atos 11: 26

"Cristão" significa discípulo de Cristo. Em Antioquia, uma das antigas cidades mundiais da língua grega, esse nome foi dado aos crentes que reconheceram Jesus como o Cristo, o Salvador enviado por Deus. Ele havia trazido "a graça e a verdade", mas os homens O rejeitaram e O crucificaram. No entanto, Deus O ressuscitou e O levou para o céu. Isso tem sido proclamado em todo o mundo desde então.

Dificilmente foram os judeus que deram esse nome aos discípulos desse "Jesus de Nazaré". É verdade que eles também estavam esperando o Messias, ou seja, o Cristo, que havia sido anunciado pelos profetas, mas se recusaram persistentemente a reconhecê-lo na pessoa de Jesus.

Agora, porém, o Evangelho havia atravessado as fronteiras de Israel. Pessoas dos países vizinhos o ouviram e muitos creram. Agora, esses crentes, fossem eles de origem judaica ou das nações gentias, eram chamados por esse nome por aqueles que os cercavam.

Certamente, esse nome também era usado em escárnio: "Estes que adoram um homem crucificado como Deus! - Mas que título de honra era este para os discípulos que criam em seu nome!

Como "cristão" tem sido a designação comum de inúmeras pessoas durante séculos, esse nome perdeu muito de sua distinção com o passar do tempo. Mas todos os que foram comprados por Cristo devem levar esse nome de uma maneira digna Dele.

"Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome." 1 Pedro 415.16

Leitura diária da Bíblia: Levítico 7: 22 - 38; Salmo 54: 1 - 7

Mas o justo, pela sua fé, viverá. Habacuque 2: 4

Entre os livros dos profetas do Antigo Testamento, o livro de Habacuque ocupa uma posição especial. Nele, Habacuque não fala tanto ao povo de Israel em nome de Deus; ele fala acima de tudo a Deus sobre a condição do povo. O que o profeta vê o entristece. Em vista da impiedade do povo de Deus, mas também dos inimigos ameaçadores desse povo, surgem perguntas em seu coração: "Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? (cap. 1: 2).

Talvez estejamos orando ao Senhor por algumas coisas há muito tempo, mas até agora Ele não nos respondeu. Sim, "a esperança demorada enfraquece o coração" (Provérbios 13: 12). Podemos nos cansar e afrouxar na oração. E, em algum momento, pode surgir a mesma pergunta que estava no coração de Habacuque: "Por que, pois, olhas ...  e te calas?" (cap. 1: 13).

Habacuque significa abraçador. E o profeta faz jus ao seu nome. Ele se apega a Deus: "Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei, e vigiarei, para ver o que fala comigo" (cap. 2: 1). Deus apoia essa confiança e tem uma mensagem para seu servo que perdura para sempre: "Mas o justo, pela sua fé, viverá".

Nós também podemos confiar nisso. Deus nos deu seu Filho amado, que carregou o julgamento por nossos pecados na cruz do Gólgota. Em Cristo, somos justificados diante de Deus, que agora é nosso Pai. Podemos nos apegar ao nosso Senhor com fé. Ele deu muito por nós para nos deixar ir novamente. Para Ele, somos escolhidos e preciosos. Portanto, vamos sempre nos apegar à promessa:

"Mas o justo, pela sua fé, viverá."

Leitura diária da Bíblia: Levítico 7: 1 - 21; Salmo 53: 1 - 6

Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. Filipenses 4: 8

"Este lugar está ocupado!"

 

Com essas palavras, o comissário de bordo me indicou que o assento onde eu havia acabado de colocar minha bagagem de mão e onde eu queria me sentar já estava ocupado.

Isso me fez lembrar da história de Beda, o Venerável, um cristão da Idade Média que viveu no norte da Inglaterra e era conhecido por seu conhecimento e piedade. Conta-se que certa vez alguns monges o procuraram para pedir conselhos porque estavam lutando muito contra as tentações.

"Por experiência própria, sei do que vocês estão falando", respondeu-lhes o sábio. "E vou lhes contar meu segredo. É o seguinte: quando a tentação chega e bate à porta do meu coração, costumo responder: "Este lugar está ocupado!" - E a questão já está bem encaminhada".

O mesmo pode ser experimentado pelos crentes do século XXI. Se nosso coração estiver cheio de amor por Cristo e pelos filhos de Deus, não será difícil rejeitarmos as tentações deste mundo. Há alegrias melhores que podemos valorizar e buscar. A passagem bíblica de hoje nos dá uma série de características positivas. Se prestarmos atenção a elas, perceberemos rapidamente o que merece nossa atenção e interesse e o que não merece.

Quando o coração está cheio de Cristo, o diabo não pode trazer mais nada para dentro dele. Quando a tentação bater à nossa porta, respondamos também com fidelidade e simplicidade: "É inútil continuar batendo; este lugar está ocupado!"

Leitura diária da Bíblia: Levítico 6: 14 - 30; Salmo 52: 1 - 9

Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do SENHOR; a tudo quanto quer o inclina. Provérbios 21: 1

O Senhor pode inclinar o coração de um rei mesmo quando ele resiste à orientação de Deus? - Sim, Deus pode fazer muito mais do que muitas vezes se acredita. Ele tem a autoridade legítima, a liberdade e o poder para realizar tudo o que decidiu. Deus pode dirigir os passos de um homem mesmo que ele tenha decidido fazer outra coisa. Vemos isso em muitos exemplos na Bíblia, especialmente com Balaão (cf. Isaías 46: 9 - 11; Provérbios 16: 9; Números 22 - 24).

 

O Deus Todo-Poderoso reina em oculto hoje, nos bastidores da história mundial. Isso não significa que Ele determine cada decisão de um homem. E Deus não é de forma alguma responsável pelas muitas coisas más que acontecem no mundo, porque Satanás também exerce influência - e sentimos isso muito fortemente em nosso tempo. Mas nem mesmo Satanás pode impedir Deus de atingir seu objetivo conosco e com sua criação.

Apesar de toda a maldade dos homens, Deus dirige seus caminhos de acordo com sua providência. Os irmãos de José, por exemplo, tinham em mente o mal contra José, "porém Deus o tornou em bem" (Gênesis 50: 20; cf. Romanos 8: 28).

Em breve, Cristo receberá os crentes para Si mesmo em glória e purificará a Terra por meio de julgamentos. Então, Ele assumirá Seu reinado publicamente e reinará sobre a Terra em justiça e para a maior bênção. Que libertação isso significará para toda a criação!

Mas, mesmo agora, o coração de cada governante está nas mãos do Senhor, mesmo que ele não conheça Cristo ou até mesmo O despreze e promova o mal. Dessa forma, o mundo amadurece para o julgamento. - Assim como um fazendeiro nos tempos antigos dirigia as correntes de água e controlava cada gota para irrigar seus campos, Deus também dirige o coração dos governantes para o objetivo que Ele quer e vai alcançar.

Leitura diária da Bíblia: Levítico 5: 14 - 6: 13 - Salmo 51: 12 - 19

Porém tudo o que abrir a madre da jumenta resgatarás com cordeiro; e, se o não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça. Êxodo 13: 13

A Lei nos mostra uma "sombra dos bens futuros" associados a Cristo, e as disposições relativas ao primogênito deixam isso claro (Hebreus 10: 1).

 

Deus reivindicou todos os primogênitos de Israel, incluindo todos os animais domésticos primogênitos, tanto limpos quanto impuros. Mas esses últimos não eram adequados como animais de sacrifício; eles tinham de ser "redimidos com a oferta de um cordeiro em seu lugar".

O jumento era um desses animais impuros. Na Bíblia, ele é uma representação da natureza pecaminosa e obstinada do homem. Diz-se de Ismael que ele era "um jumento selvagem". Isso enfatiza sua obstinação e indisciplina - características típicas do pecado. Além disso, ele era o filho primogênito de Abraão, sobre o qual Paulo escreve que "nasceu segundo a carne". Assim, ele é um exemplo do homem pecador sob a lei (Gênesis 16: 12; Jó 39: 5 - 8; Gálatas 4: 23).

Se o jumento não fosse remido, seu pescoço deveria ser quebrado. Ou ele era remido ou tinha que morrer - não havia uma terceira possibilidade, porque sempre houve apenas dois grupos de pessoas: os que estão perdidos e os que são salvos.

Como é maravilhoso o fato de um cordeiro poder tomar o lugar de um jumento - uma figura de substituição. Por natureza, todos nós nos assemelhamos a um animal impuro, mas, pela graça, somos unidos a Cristo, o Cordeiro imaculado. Nenhum lugar é mais baixo do que o lugar que nos é dado pela natureza, e nenhum é mais alto do que aquele ao qual a graça nos levou. Éramos pecadores, e Cristo tomou o nosso lugar na cruz. Mas agora que Cristo ressuscitou e foi glorificado, estamos unidos a Ele em glória!

Leitura diária da Bíblia: Levítico 5: 1 - 13; Salmo 51: 1 - 11

Engrandecei ao SENHOR comigo, e juntos exaltemos o seu nome. Salmo 34.4

Uma união feliz? Isso é o que todos nós desejamos! Esse versículo do Salmo 34 nos mostra dois componentes que são importantes para a comunhão dos crentes. Esses pontos também são de extrema importância para um casamento feliz, e esse será o nosso tópico de hoje.

 

Onde está meu interesse principal? - O que eu era antes do casamento geralmente é um prenúncio do que serei depois do casamento. Antes, meu principal interesse era exaltar o Senhor, louvá-Lo e honrá-Lo com minha vida? Então, a orientação em relação a Ele geralmente também determinará a vida após o casamento - especialmente se minha esposa ou marido tiver o mesmo objetivo em mente. Se não, então ambos os corações devem se encorajar mutuamente no início do casamento para honrar o Senhor em sua vida juntos.

Quando duas pessoas têm o desejo de se concentrar no Senhor e em Seus interesses uma com a outra, muitos problemas que podem ser percebidos nos casamentos nem sequer surgirão. A devoção a Cristo é o vínculo mais forte entre os corações humanos. O próprio Deus fortalecerá marido e mulher a se amarem, a terem consideração um pelo outro, a serem solidários e a se complementarem de acordo com a ordem divina encontrada nas epístolas do Novo Testamento. - Como Deus será glorificado em um casamento que procede de acordo com Sua Palavra; e como Ele abençoará!

Sim, "um com o outro": isso expressa unidade e comunhão. São duas pessoas servindo ao Senhor juntas e exaltando Seu nome, olhando com gratidão para Sua boa orientação e louvando-O por isso. E, embora seu interesse principal seja o Senhor, eles sentirão que, ao fazer isso, Ele também satisfaz suas necessidades e desejos mais profundos.

Veja a alegria duradoura de um casal que vive em amor e consideração um pelo outro de acordo com a Palavra de Deus. - Esse é um casamento abençoado!

Leitura diária da Bíblia: Levítico 4: 27 - 35; Salmo 50: 16 - 23

Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu. Isaías 53: 12

Dificilmente haverá um cristão que não tenha lido o capítulo de Isaías 53 com o coração comovido. Aqui nos é dada uma descrição profética do sofrimento de nosso Salvador. O capítulo termina com algumas declarações resumidas, cujo cumprimento nos é mostrado de forma particularmente clara nos Evangelhos.

 

"Ele derramou Sua alma até a morte". É assim que O vemos no Evangelho de João. O Filho de Deus, que havia se tornado homem, diante da cruz, disse: "Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la". Sua morte na cruz foi completamente voluntária em rendição ao Pai. No Antigo Testamento, essa ideia é exemplificada na oferta queimada (João 10: 17; cf. Levítico 1).

"Ele foi contado com os transgressores". Em todos os quatro Evangelhos, nos é dito que o Senhor foi crucificado entre dois malfeitores - como se Ele fosse o maior deles!

"mas levou sobre si o pecado de muitos". Nos relatos de Mateus e Marcos, a morte do Senhor Jesus na cruz é vista especialmente no caráter da oferta pela culpa e pelo pecado (Mateus 1: 21; 27: 46; Marcos 15: 34; Deuteronômio 4 e 5).

"... e intercedeu pelos transgressores". Somente Lucas nos transmitiu a oração de nosso Senhor, que intercedeu por Seus atormentadores ao Pai em Sua crucificação: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!" Aqui e em algumas outras passagens do Evangelho de Lucas, reconhecemos a glória do Senhor Jesus no caráter da oferta pela paz (Lucas 23: 34; cf. Levítico 3).

Leitura diária da Bíblia: Levítico 4: 13 - 26; Salmo 50: 1 - 15

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Romanos 8: 18

O apóstolo Paulo considerou todos os aspectos que devem ser levados em conta na grande questão do "sofrimento e da glória". Seu julgamento é: A glória futura dos crentes supera em muito todo o sofrimento terreno concebível. Tendes-me desfilhado: José já não existe, e Simeão não está aqui, e, agora, levareis a Benjamim!  Todas estas coisas vieram sobre mim!" (Gênesis 42:  36).

 

Traído por seus filhos, Jacó está lamentando a suposta morte de José há anos e agora há fome na terra.

Quando os filhos de Jacó vão ao Egito para comprar grãos, Simeão é mantido como refém porque o alto ministro egípcio exige ver Benjamim, o mais novo dos irmãos. Então, Jacó irrompe nesse lamento que parece tão desesperador.

Mas então tudo muda para melhor. Jacó logo fica sabendo que José está vivo e que Deus conduziu tudo maravilhosamente. José tinha ido ao Egito sob a providência de Deus para manter Jacó e seus descendentes vivos durante a fome. Jacó pode passar o resto de sua vida perto de José, cercado por seus cuidados.

O que Deus fez por Jacó, Ele também faz por nós em Seu cuidado amoroso. Talvez você esteja enfrentando uma montanha de problemas neste momento. Tenha coragem, pois não está enfrentando um mero acaso ou golpes sem sentido do destino. Teu Pai os permitiu e, ainda assim, Ele é um Pai cheio de amor, compaixão e sabedoria infinita! Deus tem em mente, desde o início, "fazer o bem" em tudo o que o aflige, Ele quer abençoá-lo e "fazer o bem" após o período de provação (Gênesis 50: 20; Deuteronômio 8: 16).

Leitura diária da Bíblia: Gênesis 4: 1 - 12; Salmo 49: 13 - 20

Com amor eterno te amei; também com amável benignidade te atraí. Jeremias 31: 3

Quando Jeremias falou essas palavras ao povo, um rei sem Deus governava em Judá. A maioria do povo também havia se voltado para a idolatria. Apenas alguns anos depois, o poder mundial babilônico capturaria e destruiria a cidade de Jerusalém.

 

Nessa situação, Deus fala de seu amor eterno e de sua bondade. Como isso se encaixa com os anúncios claros de julgamento que Jeremias teve de fazer por causa da grande culpa do povo?

Deus pode fazer o que nós não podemos: Ele vê o futuro e permite que seu profeta fale de um tempo futuro. De acordo com Sua santidade, Deus tinha que "castigar com medida", mas Ele não iria "dar fim" neles (cap. 30: 11). Seu próprio Filho viria para salvar "o seu povo dos seus pecados" por meio de Sua morte (cap. 30:11; Mt. 1:21). - Somente por meio de Cristo as promessas de Deus aos antigos pais de Israel poderão ser cumpridas. Chegará o momento em que um remanescente do povo se arrependerá e se voltará para Deus.

A maldade do homem não pode mudar o caráter de Deus. Seu amor é um amor eterno. Ele tem um objetivo em mente que é garantido que será alcançado.

Isso é igualmente verdadeiro para os crentes do tempo da graça. Nada pode nos separar do amor de Deus. Mesmo que nos tornemos fracos na fé ou até mesmo pequemos e Ele tenha que nos castigar por isso - Seu amor não cessa. Até mesmo o castigo é uma prova de que Seu amor nos corteja para que abandonemos os caminhos errados e voltemos a viver com Ele. Não vamos agradecê-Lo diariamente por Seu amor fiel?

Leitura diária da Bíblia: Levítico 3: 1 - 17; Salmo 49: 1 - 12

E vós sabeis que primeiro vos anunciei o evangelho estando em fraqueza da carne. Gálatas 4: 13

A fraqueza da carne

Essa expressão não se refere à natureza pecaminosa que o crente ainda possui. Essa natureza está corrompida pelo pecado e é completamente incapaz de fazer o bem. A expressão fraqueza da carne, por outro lado, refere-se às insuficiências e à falta de força que estão enraizadas na atual existência física do crente.

Quando Paulo descreve esse estado fraco e frágil de nossa existência terrena, ele também fala de "vasos de barro". O surpreendente é que é exatamente nesses vasos discretos que Deus colocou um tesouro incomparável: "para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo". A fraqueza do vaso serve para garantir que não seja o homem que atraia a atenção, mas que a glória do tesouro possa brilhar sem impedimentos - "para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (2 Coríntios 4: 6, 7).

Com essa atitude, Paulo pregou o evangelho aos gálatas na fraqueza da carne. Ele sentiu como o "vaso" humano era inadequado em vista da tarefa que lhe foi confiada. Também com os coríntios, o apóstolo estava "em fraqueza, e em temor, e em grande tremor" (1 Coríntios 2: 3).

Será que também conhecemos esse sentimento? O Senhor nos dá uma tarefa - e sentimos que não estamos à altura dela? Sentimos nossas limitações naturais; e todas as tentativas de lidar com a tarefa com nossa própria força, ou de apresentá-la dessa forma, apenas obscureceriam o "brilho da luz". Isso nos lança inteiramente sobre o Senhor e Suas fontes de ajuda!

Leitura diária da Bíblia: Levítico 2: 1-16 - Salmo 48: 1-14

Josué … e Calebe … falaram: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então, nos porá nesta terra e no-la dará... O SENHOR é conosco; não os temais! Números 14: 6 - 9

A fé genuína tem um efeito poderoso. Ela purifica o coração, atua com amor e vence o mundo. Em resumo, ela conecta o coração a Deus. É o segredo da verdadeira grandeza, da bondade genuína e da sinceridade de coração.

Essa fé atuou em Josué e Calebe, quando os outros espias assustaram o povo de Israel porque os habitantes da terra eram muito fortes.

Mais tarde, Calebe aprendeu como Deus abençoa aquele que confia em suas promessas. Calebe acreditava que Deus poderia levá-lo à terra e que todas as dificuldades poderiam ser superadas. Deus ouviu Calebe dizer com fé: "Porventura, o SENHOR será comigo, para os expelir, como o Senhor disse" - e Ele permitiu que isso acontecesse de acordo com sua fé (Josué 14:12).

Como nos sentimos revigorados, fortalecidos e encorajados ao ver essa fé! Ela contrasta com o ambiente escuro, deprimente e morto da incredulidade que despreza Deus.

Calebe era forte na fé e deu glória a Deus. A fé que honra a Deus agrada tanto ao SENHOR que Ele também a honrará. Portanto, se o povo de Deus confiasse mais em Deus, se bebesse mais de Suas fontes infinitas, a situação ao nosso redor seria totalmente diferente da que vemos atualmente.

Se ao menos tivéssemos uma fé mais viva em Deus, se ao menos nos apoiássemos com mais ousadia em suas promessas, em sua bondade e em seu poder! Então, poderíamos esperar resultados mais gloriosos na propagação do evangelho, mais entusiasmo, mais energia, mais devoção entre o povo de Deus e também mais crescimento espiritual pessoal na vida de cada crente crescimento espiritual na vida de cada crente.

Leitura diária da Bíblia: Levítico 1: 1 - 17; Salmo 47: 1 - 9

No deserto, onde viste que o SENHOR, teu Deus, nele te levou, como um homem leva seu filho, por todo o caminho que andastes, até chegardes a este lugar. Deut. 1: 31

Lança o teu cuidado sobre o SENHOR, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado. Salmo 55: 22

Como suportar os fardos?

Henry Moorhouse, um pregador do evangelho no século 19, certa vez se deparou com uma tarefa difícil que exigia uma força extra de fé e que ele sentia ser um fardo pesado.

Um dia, conta a história, Moorhouse chegou em casa com um pacote para sua esposa. Ele cumprimentou sua filha paralítica Minnie em sua poltrona e depois quis subir para ver sua esposa.

Então Minnie o segurou: "Oh, papai, deixe-me levar o pacote para a mamãe!" - "Mas, querida, como você pode fazer isso? Tuas pernas não conseguem nem te carregar!", perguntou Moorhouse. Com um sorriso, Minnie respondeu: "Se você me der o pacote, eu o carregarei - e você me carregará".

Minnie sabia: se os fortes braços de meu pai me carregarem, a pequena carga em meus braços não será pesada demais para mim. Enquanto Moorhouse carregava sua filha pequena escada acima com o pacote, ele reconheceu o paralelo com sua própria situação. Isso o incentivou a olhar não tanto para o fardo de suas tarefas, mas para Deus, para seus braços fortes e seu amor imutável.

"Pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, e os tomou, e os conduziu todos os dias da antiguidade." Isaías 63: 9

Leitura diária da Bíblia: Lamentações 5: 1 - 22; Salmo 46: 1 - 11